QUESTÕES DA FÉ MODERNA!





Autor: Maciel Fillvoch

A fé é o elemento vital para o sucesso do cristão na sua caminhada. Diz a Palavra que o “meu justo viverá por fé e se ele retroceder minha alma não se compraz nele” ( Hb. 10.38 ). Essa caminhada não permite retornos. Precisamos até o fim, com nossos olhos fitos no “autor e consumador da fé” ( Hb. 12.2 ), perseverar, obtendo os resultados dessa fé que é “ o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova de coisas que não se vêem”( Hb 11.1 ). A fé verdadeiramente bíblica pode nos tornar vitoriosos e experimentar bênçãos maiores que pensamos, visto que Jesus é poderoso para fazer “ infinitamente mais” através da nossa fé que é a nossa vitória, pois, a Palavra testifica “ porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1Jo 5.4 )
Nessa caminhada, mesmo nos cristãos, existe diferenças de medidas de fé, onde um pode ter uma maior ou menor medida de fé ( Rm 12.3 ). Sendo assim, as diferenças dos benefícios produzidos por ela, podem variar. Esse estudo tem a intenção de nos levar as maiores bênçãos espirituais, muitas vezes não vividas ou praticadas por nossa falta ou pequena fé.
1. A FÉ PODE TORNÁ-LO VERDADEIRAMENTE SANTO. > Sem santidade ninguém verá ao Senhor (Hb 12.14). Precisamos da presença de Deus não apenas após essa vida terrena. Precisamos dela hoje, pois ela pode ser o refrigério para nossas dores lutas e toda sorte de dificuldades. Precisamos de Deus, precisamos da santidade, que é a condição para sua manifestação. Por isso, use sua fé para a apropriação da santidade que já foi alcançada por Cristo, na cruz, por você. Não permita que sua frágil condição e seus dilemas pessoais lhe roubem a fé que pode produzir a santidade plena em você. Essa santidade plena e instantânea produzira as características inerentes a ela em você. Sendo assim, você terá alegria, paz, amor. ( Ef 3.17) E quando, necessário, essa mesma fé e santidade farão com que você tome consciência do que é ter “a mente” de Cristo em relação a vários aspectos do cotidiano. A oração, os gemidos, o coração de Cristo poderá se manifestar a tal ponto que, sua vida de abnegação e serviço poderão se tornar a sua vida. Para que vida seja continua, sua fé, responsável por tal feito, precisara ser renovada. O segredo, portanto, é olhar para o “autor e consumador da fé” ( Hb 12.2 ). Não olhe para si próprio, para os seus recursos, para sua condição. Olhe para Cristo, a fé é o canal o meio para esse fim. Esse fim é a glória de Deus em tudo que somos e fazemos, “quer bebamos, comamos” ou qualquer outra coisa. Tudo é para a glória a Deus ( 1 Co 10.31 ). Em suma, Deus quer, através da sua medida de fé, manifestar ainda mais sua glória. Por isso seja santo, agora, através da sua medida de fé. Seja ousado, deseje mais a glória de Deus, aumente sua medida de fé. A santidade de Deus em nós é o cumprimento das suas promessas e requisitos e não dos nossos argumentos falhos e inconstantes. A falta de santidade pratica, não trata-se de uma possível falta de elevadas obras, mas de uma firme convicção naquilo que Deus já tem produzido e proporcionado. A santidade de Deus está fundamentada no “está consumado” de Jesus, na cruz ( Jo 19.30). E sua eficiente pratica em nós revela-se na apropriação que temos feito dela. Deus já de antemão preparou obras nas quais devemos andar ( Ef 2.10 ). O que carecemos é o enchimento do Espírito Santo, para que esse Espírito Santo, nos enchendo, queime todo pecado, tudo aquilo que é contrário a sua natureza santa e gloriosa. Consumindo-nos, onde todo egoísmo e glória pessoal humana desfazem-se por completo, assim nosso corpo estará sendo oferecido como “sacrifício vivo”. “Não estaremos nos conformando com este século” ( Rm 12.1,2 ). A santidade de Deus se revela pela separação ao mundo, que antes de tudo, temos em nosso coração. E não somente nas relações manifestas exteriormente. A santificação da intenção é a base para a manifestação e o testemunho da luz e do sal, ao mundo. Sendo assim, com a santidade de Cristo no coração e anseio por sua glória, podemos por andarmos em todo lugar, manifestar a “fragrância do seu conhecimento”. ( 2Co 2.14 )
2. A FÉ PODE LEVAR SEUS OLHOS PARA ONDE “CRISTO ESTÁ ASSENTADO”. > Jesus afirmou que seu reino não é deste mundo e que, embora estejamos no mundo, não pertencemos ao mundo ( Jo 17.11). O apóstolo Tiago afirmou que quem deseja se tornar amigo de Deus necessariamente se torna inimigo do mundo ( Tg 4.4 ). O mundo é apresentado na Palavra como um conjunto de valores contrários a Deus. O mundo tem seus sistemas, seus métodos, suas fórmulas. A ênfase naturalista marcante tem um fim mesmo, e o resumo de toda pratica mundana visa os interesses do homem. Adaptando o meio para tal fim. Observado, com os olhos do entendimento da fé abertos, percebemos, que não de hoje, a igreja tem assimilado as praticas humanas e sutilmente introduzido elas na igreja. Paulo aos Coríntios disse que “um pouco de fermento leveda toda massa” ( 1Co 5.6,7 ). O fermento, como símbolo do pecado, está impregnado na igreja, sutilmente, de tal forma, que precisamos nos encher do Espírito Santo, para que o discernimento abra os nossos olhos para a realidade ( 1Co 14.20; Ef 3.19 ). A vida essencialmente espiritual precisa brotar nos nossos corações e alimentar a alma. O que verdadeiramente alimenta a alma é o Pão espiritual ( Mt 4.4; Jo 6.26 ). Tristemente esse pão espiritual tem sido trocado pelo pão material. Tudo em nome da teologia da prosperidade. Jesus disse que pelos frutos nos conheceriam Em outra passagem ele afirma, “nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros” ( Jo 13.35 ). Como temos sido interpretados pelo mundo como cristãos? Pelos bens, pela riqueza, sucesso material necessário. O próprio mundo tem entendido o evangelho como sinônimo de sucesso material. Precisamos refletir e buscarmos entender a verdadeira razão do crescimento da igreja no solo brasileiro. A forte ênfase para a manifestação de Cristo e da sua vida recai na mortificação da carne e suas concupiscências. O genuíno crescimento espiritual recai na mortificação dos prazeres carnais e mundanos. Paulo, enquanto habitante deste mundo, pela incompreensão gerada pela sua palavra, dizia que o “evangelho é loucura” ( 1Co 1. 18,21 )para os perdidos. Sinceramente, quanto o Evangelho tem sido interpretado como loucura pelo mundo, hoje? Será que não existem os psiquiatras do Evangelho que desejam torna-lo normal aos olhos do mundo, quando ele deveria ser loucura? O coração, como sede do entendimento, das intenções, das emoções, dos próprios cristãos, está saturado por apelos que não condizem com Cristo e a realidade do seu reino. Jesus disse “meu reino não é deste mundo” ( Jo 18.36 ) no entanto, não somente a propaganda do sucesso material secular, mas a propaganda da igreja tem aos poucos incentivando e conclamando ouvintes a um estilo de vida mercantil. De sucesso material, infalível, na igreja. Cristo “ habita nos corações pela fé” ( Ef 3.17 ), além de habitar nos céus com dimensões vastas e inexplicáveis, porém temos permitido e desejado que nossos corações estejam desvendados para então contemplarmos a glória do alto e sermos assim “ transformados de glória em glória” ( 2Co 3.18 )?
3. A FÉ VERDADEIRA PROVÉM DE CRISTO. > A fé como elemento da vida cristã, tem sua origem em Cristo. O autor e consumador. Tudo foi feito por Ele e para Ele ( Cl 1.16. Hb 12.2 ). Inclusive a fé. A fé não pode se interpretada como algo separado de Cristo, à parte da Bíblia e do Espírito Santo, se como cristãos pudéssemos nos valer dela, sem que os reais interesses de Cristo e necessidades da igreja fossem supridos. Existe a fé independente, entendida como um poder divinizante, dos círculos místicos, e que não tem nenhum interesse nas coisas relacionadas a Cristo. É oriunda e centrada no homem, essencialmente humana com exclusivo interesse de satisfação pragmática. Como sua origem não provém de Cristo e donde Ele está assentado ( Cl 3.1 ), sua razão de glória não se direciona para o alto. Essa fé pode ser entendida também como uma força motivacional. As empresas, no mundo dos negócios, visando ampliar mercados e qualificar os produtores e consumidores de tecnologia, utilizam-na todo vapor, com relativo sucesso. Essa fé, independente de Cristo, não tem nenhuma ligação também aos ensinos de Cristo. Ela explora e aperfeiçoa o necessário humano. A sua presença na igreja é evidente. Onde ela é ensinada pouco se fala de santificação pratica. Como sua origem é terrena seus interesses serão terrenos. A fé bíblica, Cristocêntrica, testemunhada na galeria da fé ( Hb 11 ), do livro de Hebreus, trata-se de uma fé provada, diretamente ligada com a cidade, cujo arquiteto é Deus (Hb 11.10 ). Não se trata de uma mera força motivacional, mas, de uma firme convicção pela busca dos valores de Cristo. Ao contrario da fé moderna, elaborada em laboratórios artificiais, a fé, dos heróis de Hebreus, foi provada com toda sorte de dificuldades. Onde a vida dos tais foi colocada em xeque em virtude dela. A glória e santidade de Cristo fora vislumbrada tal ponto, que os anseios mais ardentes de tais exemplos de fé era Cristo. Buscá-lo, tê-lo, era a ânsia mais profunda. A verdadeira fé nos leva à Cristo. Pois tudo foi criado por Ele e para Ele ( Cl 1.16 ), inclusive você. Você foi criado para a glória de Cristo ( Is 43.7 ). Grandes aglomerações de fé tornam-se freqüentes, onde estádios, avenidas são tomadas, a mídia disponível aos pregadores cristãos é uma realidade e eles tem se valido deste meio. Não se discute a fé do ouvinte e a intenção do pregador, o que precisa se discernir é o autor e o alvo final dessa fé. É a promoção da glória de Cristo? Ou a promoção de um empreendimento pessoal? Não se questiona, no discernimento, a idoneidade dos milagres, mas a intenção da pregação, o reino de Deus ou o reino dos homens.
4. A FÉ E OS PROFETAS NO CONTEXTO MODERNO. > O testemunho de Jesus é o Espírito da profecia ( Ap 19.10 ). O Espírito de Deus, como agente inspirador dos profetas, apóstolos e homens de Deus, ao longo dos períodos tem ensinado direcionado e encaminhado os homens ao propósito divino de salvação. O Espírito Santo “esquadrinha as profundezas de Deus” ( 1Co 2.10 ), e desde nossos primeiros passos, como crianças espirituais, começamos a entender os mistérios de Deus. Nosso caminhar neste mundo, desde já se constitui numa perene e continua busca pelo “dia perfeito”. Essa é a “vereda do justo” ( Pv 4.18 ) . Não podemos nos conformar com esse século, com as ênfases do mundo moderno. Somos profetas no sentido de que a Palavra, Cristo em nós, aguarda ansiosamente nossa completa redenção, o “Espírito e a noiva dizem vem” ( Ap 22.17 ). O Espírito Santo como o agente das profundezas e eternos planos divinos em relação a nós, “geme” ( Rm. 8.26 ), para nos libertar do cativeiro, para então sermos postos para a “liberdade da glória dos filhos de Deus” ( Rm 8.21 ). Enquanto no deserto deste mundo, não podemos retroceder, voltar à vida do Egito. Como o Egito, o mundo, espiritualmente falando, não pode ser localizado geograficamente, não podemos adaptá-lo com sua velha vida, à igreja, em forma de satisfação e ênfase nos desejos. Toda sorte de dificuldades e obstáculos servem para provar nossa fé, como no deserto, tudo contribui para nosso bem, pois fomos chamados para o propósito de Deus. Estar em Canaã. No entanto, no percurso as dificuldades aparecem, assim como para israelitas, para nós. O Egito, ainda tão vivido e presente nos corações daqueles recém libertos eram evidentes. Além das reclamações e murmúrios, criaram o ídolo, o bezerro de ouro ( Ex 32.8 ). A fé deles se desviou do Deus que havia os libertado para um dos deuses do antigo sistema do qual faziam parte. Quando Deus, sua glória, sua sabedoria, seus desígnios não são suficientes, os acessórios aparecem em forma de solução. Assim pode ocorrer na igreja. Aquilo que antes a igreja combatia, agora acaba sendo aceito, como acessório de evangelismo. Nossa auto-analise envolve a seguinte questão: quanto nos temos valido do mundo, para a obtenção do sucesso espiritual, que imaginávamos possuir? Será que não estamos contaminados pela “síndrome de Asafe” que nos leva a olhar por cima dos muros da vizinhança? Onde então questionamos nossa própria vida cristã, em função do sucesso material alheio, dos não-cristãos. A verdade é que nos colocamos em jugo desigual, onde minimizamos os valores e profundidade das riquezas de Cristo ( Rm 9.23; 11.33; Ef 1.18 ) , em troca das lentilhas ( Gn 25.34 ).
5. A FÉ E A ESCATOLOGIA. > Jesus indagou se ainda haveria fé na terra quando o Filho do homem voltar ( Lc 18.8 ). Paulo e Pedro predisseram que nos últimos dias haveria uma apostasia generalizada ( 2Tm 3; 2Pd 3 ). Vivemos dias de um entusiasmo cristão avassalador. As perspectivas de lideres, pastores e daqueles que são designados como apóstolos, profetas, mestres, etc., abarcam a idéia de que o mundo será alcançado mediante o poder do Evangelho. Diante do entusiasmo profético em comparação as perspectivas bíblicas sobre o fim dos tempos, qual será a realidade que nos aguarda? Fé como sinônimo de confiança, de convicção, envolve muito mais aspectos do que imaginamos. Quando Jesus questiona a existência de fé nos dias anteriores à sua vinda, certamente podemos concluir que esses dias, seriam dias onde a convicção em valores eternos, seria nula. A apostasia, o abandonar, o deixar, predito por Cristo pelos apóstolos Paulo e Pedro, não se trata de algo instantâneo, imediato. Certamente se trata de uma profecia que se cumpre ao longo dos tempos, já nos dias da igreja primitiva, onde ela se encaminha, gradativamente, para seu pleno cumprimento. O ápice são os dias anteriores a vinda Cristo. Precisamos ser sóbrios e vigilantes. Precisamos nos certificar de que não estejamos usando na igreja métodos e praticas que, por menor que sejam nas conseqüências, afaste nossa convicção na suficiência de Jesus, da Palavra, do Espírito. Precisamos ser sinceros numa auto-analise, a fim de nos certificar, até que ponto, os meios utilizados pela igreja, para a propagação do evangelho, não acabam sendo instrumentos para o encaminhamento do cristianismo, para tal fim, de apostasia. Essa apostasia será o reflexo de ênfases invertidas da igreja. Prosperidade material, pouca ênfase e pratica de santificação, critérios distorcidos na seleção dos lideres dentre outras características da igreja moderna, são agentes diretos que, desde já contribuem para o encaminhamento da igreja para os dias profetizados, tanto por Cristo quanto por Paulo. Uma das fortes características do período apocalíptico evidente no livro profético de João é a acirrada atividade mercantil. ( Ap 18). A busca pelo lucro obsessivo não tem limites, anticristãos, por parte dos promotores e fomentadores do amor ao dinheiro. Os valores mundanos, destacadamente anticristãos se tornam a alma da propaganda pela louca busca do lucro. O sexo, descrito como santo, incentivado na Bíblia dentro dos padrões e condições estabelecidas por Deus, tem se reduzido como uma mera arma mercantil nos dias atuais. Essa tendência revela àquilo que a Bíblia sempre combate e revela nos homens de todos os tempos, a prostituição. A prostituição, em todos os tempos, além do prazer pervertido, e de uma afronta direta aos padrões divinos, se revela como fundamento de lucro. Como o lucro será uma das características fundamentais dos últimos tempos, segundo o livro de Apocalipse, os promotores dele, se valerão de todos os meios possíveis para sua obtenção. Em função disso, a moda, o vestuário sensual, os apetrechos de enfeites, são utilizados para estimular o apetite do instinto sexual humano. Esses estímulos para o sexo desmedido adentram na área da instituição divina do casamento. O casamento, monogâmico, heterossexual, tradicionalmente bíblico e aceitável aos olhos de Deus tem sido substituído por relações convenientes e pragmáticas de satisfação, sem compromissos (ceticismo). Essa também é uma das características fortes dos últimos tempos, Jesus disse que os “últimos dias seriam como nos dias de Noé” ( Mt 24.37 ). Onde “casavam e davam se em casamento”. Paulo disse que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males ( 1Tm 6.10 ). Seria conveniente ainda, descobrir, até que ponto, como igreja, em nossa auto-análise, ser a glória de Deus ou o amor ao dinheiro, nossa razão maior. E se amor ao dinheiro, não está disfarçado em nome de grandes e ambiciosos projetos pessoais. Qual é a real intenção desses grandes projetos denominacionais modernos? O dinheiro ou a glória de Deus. Talvez a resposta se encontre na liberalidade que a igreja tem dado em praticas pecaminosas, encontradas dentro da igreja, e pouco combatidas (santificação) pelos pregadores do Evangelho.














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