VOCÊ JÁ NASCEU DE NOVO?

A doutrina do novo nascimento é de fundamental importância, não por ser uma mera verdade que deva ser observada e reconhecida como verdadeira e necessária. Mas pela pratica e vida dinâmica que ela deve produzir na vida daquele que o experimentou. O Novo Nascimento é uma continuidade de vida experimentada pelo cristão ao aceitar Jesus Cristo como único e suficiente salvador. O novo nascimento não se trata de um assunto teórico que visa aprimorar a natureza caída do homem. É a pratica e conseqüência de uma operação realizada pelo Espírito Santo. É a manifestação da novidade de vida. Jesus disse que do coração daquele que Nele cresse, “fluirão rios de água vida”. (Jo 7.38)

Todo homem desde ao nascer carrega consigo a tendência ao pecado, onde ele vive para agradar a si próprio. Os instintos da natureza humana caída se manifestam e dão mostras de que o homem faz parte de uma ordem alienada, que desconhece e despreza Deus e seus princípios. Essa é a velha ordem pecaminosa, nela atua o espírito da desobediência. As obras da carne concernentes ao padrão de vida do velho homem se manifestam com toda força e vigor. A carne procura de todas as formas possíveis, expandir os métodos de extravasamento dos seus apetites. Todo homem sem Jesus, em quem não houve a experiência do Novo nascimento faz parte desta velha ordem. Ele não apenas vive no mundo, velho e hostil em relação a Deus, mas, carrega consigo a natureza deste princípio de vida que se opõem a lei de Deus. Aqueles que vivem na carne não podem agradar a Deus. Em 2 Co 5:17, lemos “ Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas [velhas] já passaram; eis que tudo se fez novo.” Nesse sentido, o novo nascimento é transformação da natureza humana e, encontrando o homem ao Senhor Jesus, continuamente permanecendo Nele, haverá a manifestação da vida espiritual, que é a verdadeira conseqüência do Novo Nascimento.

Jesus disse: “sem mim, nada podeis fazer”. Manifestar a vida de Jesus é a conseqüência desta experiência. Ao nascermos novamente somos plantados na igreja que é corpo de Cristo, a videira. ( Jo 15)Recebemos o suprimento, a seiva de vida, o principio de vida que sustenta a igreja como videira. Ao mesmo tempo “somos limpos”, como ramos. O processo subseqüente de santificação é o adequar do homem à nova realidade que agora ele faz parte. Não há santificação sem o novo nascimento. Jesus disse “Não se põe remendos novos em roupa velha” (Mt 9.16). Ou seja, não é possível continuarmos fazendo parte de Cristo e ao mesmo tempo da velha natureza caída. O novo nascimento e sua continua conseqüência de vida é o continuo estar do homem em Jesus, descrito por Paulo aos Coríntios. Unido com Cristo o nascido de novo manifesta a natureza da vida de Jesus e dos céus. Aquele que faz parte da videira e não produz os frutos é cortado. Porém, aquele que produz é limpo para que produza ainda mais.

Novo Nascimento e religiosidade.

Jesus tratou o tema do Novo Nascimento com um homem altamente religioso. Nicodemos era fariseu e conhecia bem o antigo testamento. Disseminava a pratica de preceitos da lei e os acréscimos que a ela foram feitos. No entanto toda religiosidade, todo peso que a lei produzia em virtude das suas minuciosas exigências, não são na explicação de Jesus suficientes para ingressar o homem no reino de Deus. Disse Jesus “o que é da carne é carne” (Jo 3.6). Toda religiosidade produzida pela carne não atingem o patamar estabelecido por Deus e seu alcance é a carne. A religiosidade produzida pela carne além de sobrecarregar não agrada a Deus, visto que seu principio de vida vem dela própria e não do agente transformador que é o Espírito Santo. Nesta tentativa fugaz de tatear de buscar a Deus, elaborando normas e princípios a partir da expectativa humana, o homem continuamente se esforça e se frustra, visto que nessa religião há uma necessidade constante de renovação de métodos. No entanto, toda religiosidade humana não passa de obras da carne. Para os fabricante e seguidores desta, Jesus ainda deixa o convite em aberto: “Vinde a mim, todos os que estai cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas”. Mt 11: 28,29.

A religião da carne visa mesclar a lei de Deus com os padrões e a indisposição humana em sujeitar-se ao Espírito. Ela visa colocar Deus dentro da expectativa humana e não o levar o homem à vontade de Deus.

Novo nascimento e a lei de Deus

Na experiência do novo nascimento ocorreu a inscrição da lei de Deus no coração do salvo. A lei do antigo testamento foi escrita pelo dedo de Deus nas tabuas de pedra (Ex 31.18). Agora a lei de Deus é escrita nas tabuas de carne do coração (2Co 3.3). A verdade, a lei de Deus não é mais externa, agora ela esta no coração, alimentando a mente e dirigindo a vida daquele que passou por tal experiência. O apostolo Paulo diz que: “aquele que é dirigido pelo Espírito de Deus esse é filho de Deus” (Rm 8.14). O Espírito Santo transmite a vida e os princípios de Deus para o cristão. Essa vida faz parte da natureza daquele que é nascido de Deus. Ela é não é aprendida com técnica ou com ensinos humanos. Assim como faz parte da natureza da águia voar e do peixe nadar, assim, essa nova natureza faz parte do nascido de novo. Essa vida não pode ser instilada pelo homem e seus métodos. Se assim o fosse, Jesus não diria: “o que é da carne é carne”. A tentativa do homem em produzir em si a mudança de coração não passa de ser obra da carne. Nicodemos e os outros lideres religiosos insinuavam que com suas leis humanas poderiam produzir nos homens a vida que agrada a Deus.

A liberdade dos filhos de Deus

A nova vida produzida pela conversão tem a característica de não sobrecarregar. A lei e a dinâmica do Espírito é produzir liberdade. Onde está o “Espírito do Senhor ai há liberdade” (2Co 3.17). A liberdade se caracteriza pelo desenvolver do potencial da nova vida sem a antiga força operante do pecado. O pecado pode tenazmente assediar aquele que é nascido de novo, porém, o filho de Deus tem em si “aquele que é maior do que aquele que está no mundo” (1 Jo 4.4). Ora, o pecado escraviza e aquele que continuamente peca, contradiz a verdade descrita pelo apostolo João que: “aquele que é nascido de Deus não vive pecando” (1Jo 5.18). Pode haver a tendência de alguém não nascido de novo de produzir religião, que escraviza e constantemente precisa de reformulações para continuar seu propósito carnal? A liberdade é a conseqüência final e objetivo do Evangelho. Ela é a evidencia da vida que desfrutaremos nos céus. O pecado centraliza sua ação no egoísmo em contrapartida, a liberdade do nascido de novo o leva a contemplar sem empecilhos a glória de Deus. A vida dinâmica e operante do Espírito Santo visa nos levar, como principio de vida, a um estágio onde as conseqüências nefastas do pecado são plenamente desfeitas. As conseqüências do pecado tais como: depressão, ira, complexos de culpa, inferioridade, medo, dentre outras, são destruídas pela ação do poder do Espírito Santo. O poder de ser feito filho de Deus é ação continua do Espírito Santo, nos levando a real posição como filhos de Deus. O velho homem na sua expectativa de se auto-reformar utiliza a psicologia humana com o intuito de produzir melhoras no seu caráter, corrigindo suas fraquezas através dos recursos da auto-ajuda. Porém toda bagagem de conhecimentos que o homem alcançou de si próprio, não são suficientes para colocá-lo dentro da perspectiva que Deus tem, e é o novo nascimento. Não pecamos por exercitar praticas provenientes da carne, mas por sermos gerados pela semente incorruptível, que é a Palavra de Deus atuante em e através de nós. Temos o poder que nos faz vencer o pecado.. O desejo de Deus para o homem ao transformá-lo num novo ser, não é de fazer dele um religioso que se sobrecarrega com tal religião que pratica. Mas de usufruir com gozo a novidade de vida que agora impulsiona a sua caminhada.

Novo nascimento a ação de Deus e não dos homens!

Adão não teve um papel ativo na sua criação. Foi criado segundo a soberana vontade de Deus. Ele não inquiriu Deus sobre o que deveria se feito, como homem recém criado. Deus fez sua obra sem a intromissão de palpites humanos que formula diferentes concepções. Deus agiu de modo sobrenatural, fazendo o homem surgir com plena vida a partir do pó da terra. De igual modo, para fazer sua obra no homem pecador e destituído da glória de Deus, Ele o faz de forma infalível e perfeita, onde o homem não tem outra opção a não se render a obra que agora nele é feita. O novo nascimento é uma obra perfeita e completa. Ela não carece dos acréscimos humanos. É Deus quem efetua tanto o querer como o realizar. A alma antes completamente morta agora é plenamente vivificada pelo poder do Espírito Santo. A alma vivificada recebe a lei de Deus. A compreensão da vontade de Deus de realizar seus propósitos na vida no nascido de novo, não se constitui de um esforço carnal, mas de uma conseqüência natural, frutos da nova natureza produzida por Deus na vida daquele que passou por tal experiência. No alto da cruz Jesus exclamou: “está consumado” (Jo 19.30). Tudo que fosse necessário para o novo nascimento ocorrer na vida do homem outrora morto no pecado, Jesus o fez. O livro de Hebreus nos diz que o sacrifício de Jesus foi definitivo e de uma vez por todas ( Hb 7.27). Desenvolver a salvação com temor e tremor, é a ação concreta e continua do Espírito Santo através de nós, manifestado sua vida. Essa começa com a união do homem com Cristo através do novo nascimento.



O cristianismo com religião tem se apresentado como um meio para um fim que é Deus. No entanto no nesse processo de levar o homem a Deus, ela tem sobrecarregado o homem com uma responsabilidade indevida. Numa tendência de auto-melhorar o homem, a religião cristã tem sobrecarregado ele com conceitos que acabam o sufocando e frustrando. Visto que para atingir o padrão de Deus, ele será sempre falho e carregará consigo a síndrome da impotência. Essa escravidão produzida pelo mau entendimento do que representa o novo nascimento de fato, produz o cristianismo altamente humanista. O homem ocupa um papel indevido na adoração. Ao invés de Deus ser adorado e sua glória ser buscada, o evangelho torna-se um manual que visa satisfazer as necessidades pragmáticas do ser humano. Os meios naturais, os acessórios são utilizados com vistas a produzir emoções descaracterizadas e que são confundidas como adoração genuína. A adoração bíblica constitui-se num compartilhar de vida. Na adoração verdadeira compreendemos o coração de Deus, desfrutamos da sua vida dos seus propósitos, compreendemos sua vontade. Paulo afirma: “Nós temos a mente de Cristo” (1Co 2.16). Ter a mente de Cristo nesse sentido é compreender sua vontade sua lei. É possuir o principio de vida que nos direciona e produz satisfação. Vislumbrar continuamente a glória de Deus, compreender da vida dos céus é somente possível para aqueles que têm o coração transformado e que tem a visão desembaraçada para contemplar a glória de Deus. Sendo então transformado de glória em glória, com o rosto descoberto (2Co 3.18).

A natureza do nascido de novo.

O novo nascimento tem como precursora a gestação espiritual. Paulo faz referencia a dores de parto quando evangelizava com o intuito de gerar filhos espirituais (Gl 4 .19). Existem elementos que fazem parte desta gestação que por fim redundam em novos nascidos. Ouvir a palavra, convicção de pecado e arrependimento com posterior obtenção do perdão dos pecados, são esses elementos que antecedem o novo nascimento, daquele que era velho e se torna novo homem. Precisa ficar claro nesse item que o novo nascimento é uma obra clara e objetiva. Ela é um fato concreto e não uma série de característica que apontam para um fato que na pratica não existiu. Podem existir emoções, a alma pode estar sujeita as diferentes influências entre as quais a Palavra do pregador, no entanto, se não ocorreu à experiência real do novo nascimento, todas as sensações que a alma experimentar serão nulas. A conseqüência final deve ser o nascer de novo. A vida cristã não é um continuo experimentar de sensações que em tese poderia justificar tal nova vida. A autenticidade que comprova o novo nascimento são os frutos. Jesus disse: “pelos frutos se conhece a arvore” (Mt 7.17,18). Esses frutos são expressões naturais da alma agora vivificada. Você não precisa ensinar um nascido de novo: não roubar, não matar, não mentir, não adulterar, etc. Todos os ensinos que concernem a uma nova vida foram escritos por Deus nas tabuas do coração do convertido. Esses ensinos serão comprovados pela direção que o Espírito dará em guiar o crente a toda verdade. Jesus disse: “as minhas ovelhas ouvem a minha voz” (Jo 10.27). A natureza do nascido de novo é não viver na pratica do pecado ( 1Jo 3.9).



O novo nascimento é o fundamento sobre qual a vida cristã está sendo desenvolvida. Sem a experiência do novo nascimento toda religiosidade, por mais bem intencionada que seja ruirá, caso não tenha esse alicerce. Praticar o cristianismo sem essa experiência gera o humanismo religioso. Esse humanismo visa defender, justificar, questionar, barganhar a verdade objetiva para dar lugar a voz do senso naturalista.

No livro de Coríntios, o apostolo Paulo diz: “nenhum fundamento pode ser posto, alem daquele que já está colocado” (1Co 3.11). E esse fundamento é Jesus Cristo. Quando ocorre o novo nascimento, a alma outrora morta agora se une com Jesus Cristo. No coração do novo nascido a lei de vida de Cristo nutre e se torna a força motriz que rege a conduta do cristão. Paulo também diz: “aquele que se une ao Senhor é um em espírito com Ele” ( 1Co 6.17). Ou seja, não podemos ser cristãos autênticos tendo uma vida diferente e regida por princípios alheios e que não concernem às leis de Deus em Jesus Cristo. Essas leis foram escritas por ocasião do novo nascimento. A conduta do cristão é dirigida pela lei de Cristo mediante a atuação do Espírito Santo. Por isso o apostolo Paulo também diz: “nós temos a mente de Cristo”. A mente nesse sentido para nós é a direção de Cristo, para o cumprimento dos propósitos. Nascemos de novo para a glória de Deus. Não podemos fazer parte da videira verdadeira sem absorver da seiva de vida comum à videira, que é o Senhor Jesus.

Novo nascimento e o compartilhar da vida espiritual.

No novo nascimento nos unimos ao Senhor Jesus Cristo, ouvimos a sua voz e temos a sua mente. Uma vida em comum se manifesta. Todo serviço cristão que é desempenhado é para a glória de Deus, com o sentimento e coração de Jesus. Não realizamos a missão com o intuito de promover nomes alguma ideologia ou algum dom. Realizar a obra de Cristo com a sua visão é estar disposto a co-participar daquilo que Ele viveu quando estava na terra e do que Ele agora vive nos céus. Jesus diz acerca de realizar obra e milagres sem conhecê-lo, sem co-participar da sua vida; “Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade.” ( Mt 7.23). O cristianismo é o manifestar dos céus através de nós. A boca fala do que o coração está cheio (Lc 6.45). Do que tem estado cheio o coração dos cristãos destes dias? Da lei de Deus ou de desejos egoístas e carnais, que visam modificar o Evangelho com o intuito de satisfazê-los? Podemos criar doutrinas alegadamente cristãs, que mesclam humanismos e que por fim serão reprovadas pelo Senhor Jesus, por serem desprovida da sua vida em essência e propósitos?

Por isso é de suma importância avaliar, se nossas atitudes e desejos revelam a manifestação da vida de Cristo e todas as suas implicações, ou a promoção do nosso ego, que pode revelar não sermos nascido de novo, de fato!

Como o salmista Davi, precisamos fazer da lei de Deus o nosso prazer, a nossa satisfação. Fazer do culto uma continua satisfação de vida, baseada na obediência ao Evangelho, que gera satisfação, não interpretando o cristianismo como mera religiosidade, é a conseqüência do Novo Nascimento.

Conclusão.

É de suma importância o tema novo nascimento. Ele é uma experiência imprescindível na vida daquele que é cristão. Ele é a porta de entrada para a nova vida. Sem sua efetiva realização continuamos sendo velhos homens, sem a devida compreensão dos valores espirituais. As coisas espirituais se discernem espiritualmente ( 1Co 2.14). Somente podemos viver o Evangelho espiritual compreendendo sua ação e amplitude espiritual, sendo objetos da ação sobrenatural e transformadora do poder do Espírito Santo. As explicações para o surgimento de uma igreja altamente mercantil e que apregoa a quatro ventos uma teologia fortemente materialista se deve em parte que os propagadores de tal evangelho não passam pelo crivo de tal verdade. Isso explica também o foco material que o evangelho enfatiza nas mãos destes pregadores modernos, demasiadamente preocupados com aquilo que se vê.

Também não se preocupou em tal escrito, defender um ramo teológico seja ele agostiniano ou arminiano. Ou seja, a teologia que coloca em opostos extremos, soberania divina e livre arbítrio humano não foi a base dos conceitos aqui expostos. Deus conhece aquele que são seus. Aqueles que são de Deus, que foram comprados com o sangue do cordeiro, incorporados a igreja através da experiência do novo nascimento tem o testemunho interno de que são filhos de Deus. E a mensagem aqui exposta tem o objetivo de levar o convertido a desfrutar da vida plena, quem tem as conseqüências reais do que é ser filho de Deus. Dentro de uma perspectiva correta, onde somos habitantes transitórios de um mundo transitório que sofre com ilusões e insinuações do que é ser um habitante celestial. Se fomos ressuscitados com Cristo busquemos as coisas onde Cristo está assentado (Cl 3.1). Compreender a natureza da vida que paira o ambiente onde Cristo vive é a evidencia de que compreendemos o Evangelho na sua essência e propósito. Dentro do discernimento que o Espírito Santo produz exponho tal assunto, não como um juiz, mas, com solene responsabilidade de levar cada qual inquirir seu coração sobre assunto tão importante.









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